Casa dos cervejeiros

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terça-feira, 5 de abril de 2011

Weiss engarrafada

Muitos insumos no envase da Weiss: Pois bem, novas dos insumos. Com a  participação dos cervejeiros locais, Ricardo, Lucas, Livia, Julia e  Guto, e mais a  colaboração da ilustre cervejeira à distância Marina, engarrafamos a weiss que havia sido feita no dia 19, com receita nova.
Ao todo, 34 garrafas de uma cerveja clara, com densidade final de  1,013 g/cm³,  que nos dá um teor alcoólico em torno dos 5,2%. Essa  cerveja foi fermentada por uma semana a temperatura em torno de 20º, e usando 23g de fermento WB-06, e  depois maturada por mais uma semana à temperatura de 0º

Menos cravo e menos banana: Essa weissbier ficou um pouco aquém do   esperado quanto aos sabores e aromas de banana e cravo, típicos do  estilo.  Esses sabores característicos são gerados na fermentaçao, a partir da produção  pelo fermento de diferentes tipos de ésteres e fenóis que lembram banana e  cravo, respectivamente. Nas cervejas de trigo, costuma-se usar linhagens de  fermento específicas para o estilo, que são selecionadas por sua especial aptidão  para produzir  esses compostos. Além disso, durante o processo de cozimento,  uma parada em torno de 45º facilita a produção de um composto chamado ácido ferúlico, que será utilizado pelo fermento para dar origem àqueles desejados  aromas. Pois bem, algo houve no nosso processo que impediu que o fermento  agisse como fora esperado. Uma das hipóteses é que a maturação a 0º, a qual  nunca havíamos utilizado em cervejas de trigo, possa ter sido responsável por  isso. Há que se estudar.

Acidez, uma nova presença: A principal diferença dessa weiss em relação às outras que já fizemos, além da   maturação a 0º, foi a adição de malte acidificado na receita, indicada em um livro de receitas fornecido pela fermentis, fabricante de fermentos. Pudemos perceber no sabor final dela a presença de uma acidez que é  novidade para nós, e que provavelmente se deve àquele malte. Essa acidez deixou a cerveja com um quê de refrescância bem interessante, e parece que vem bem para balancear uma certa tendência das weiss a ficarem  um pouco enjoativas. Caberia muito bem também para uma cerveja de verão. Enfim, novidades e muito que aprender com essa que parece, afinal, uma boa cerveja de trigo. Mas esperemos ainda as próximas semanas,  em que ela vai ficar refermentando na garrafa a 20º, para descobrir que outras surpresas nos reserva ainda essa weissbier.
 
Ajuste da temperatura: mais uma fermentação.
Hoppy Fairy Tales: Enquanto trabalhávamos, experimentamos também uma IPA que havia sido engarrafada em  12 de Março, que pode ser descrita bem precisamente como DELICIOSA! Acabou não ficando bem no estilo, é verdade. Fomos prudentes na lupulagem, mais do que se deve ser em uma IPA, o que deixou ela mais com  jeitão de American Pale Ale, ou algo que o valha, do que propriamente de IPA, e rendeu-lhe o carinhoso apelido de IPA de faz-de-conta. Mas o dry-hop com lúpulo hallertauer tradition fez sua função, dando a essa cerveja um  aroma de lúpulo muito agradável. Para finalmente acertarmos uma IPA vamos precisar ainda de alguns ajustes, e talvez um pouco mais de ousadia na lupulagem, mas com certeza na IPA de faz-de-conta nós já mandamos muito bem
Weiss envasada e "devidamente rotulada"