Casa dos cervejeiros

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Primeira brassagem com o novo equipamento! (21/08/2011)


Comecemos por partes, que o dia foi longo! Decidimos, finalmente, produzir nossa primeira leva com o novo equipamento. As panelas já estavam ficando triste de tanto investimento no armário refrigerado, as novas mangueiras ansiosas, a bomba quase enferrujada! Decidimos por uma Red Ale, tanto pelo evento que ocorrerá em breve (concurso ou algo do tipo), como pelo nosso carinho por este estilo: desde os primórdios dos Insumos Cervejeiros, a Red Ale fora muito apreciada de ser produzida.

Equipamento novo!

Receita produzida no Beer Smith
Pois bem. Sexta-feira à tarde Guto, Lucas e Alexei se reuniram para produzir uma nova receita. Baixamos o Beer Smith e decidimos por uma cerveja encorpada, de um avermelhado escuro. O software é muito completo, dá informações bem detalhadas sobre os resultados esperados para o processo, mas faz isso a partir de simulações que nem sempre correspondem à situação real, de modo que é preciso, à medida que se vai conhecendo melhor as características do equipamento usado, adequar os parâmetros do software para que a previsão seja mais acurada. Pois bem, desenhamos uma receita mais ou menos baseada no estilo de Red Ale irlandesa, e esperávamos dela uma densidade inicial de 1,060 g/cm³, e amargor em torno de 22 IBU (unidade internacional de amargor).

Saca de 25Kg!

Eram 9h15 e estávamos ajustando o equipamento. Passando veda rosca nas válvulas, limpando as panelas, acertando os detalhes. Demoramos mais do que o esperado. A cada momento um detalhe aparecia e que demandava soluções imediatas. Apertar “parafusos”, acertar o local das panelas, cortar as mangueiras novas, ajeitar os fogareiros... “como faremos a lavagem do mosto?”.

Lívia lavando a panela de fervura

Lucas "apertando parafusos"

A água entrou para a panela por volta de 11h. A receita previa uma brassagem por Infusão simples, ou seja, utilizar somente uma temperatura para conversão de amido, nesse caso, 68º para maior ativação das enzimas responsáveis pelo incremento do corpo da cerveja. O BeerSmith nos havia indicado que aquecendo a água a 79º, e em seguinda adicionando a quantidade de malte a ser utilizada (40Kg), a temperatura estabilizaria nos 68ºC. Isto é, temperatura perfeita para a conversão do malte em açucares não fermentáveis, cerveja encorpada.

Leco e Ricardo na moagem

Mash in
Primeiro problema: Ao derramar o malte moído, a temperatura baixa para 60ºC. Aos 60º, são poucas as enzimas de conversão de amido ativadas, e dessas, a grande maioria produz açúcares fermentáveis. Ademais, já não teríamos mais infusão simples, mas sim uma rampa de temperaturas, indo dos 60 aos 68º graus, de modo que o perfil esperado da cerveja muda completamente.

Solucionamos o problema, em parte, aumentando a temperatura via sistema Herms, utilizando uma das panelas antigas como tanque de água quente dentro do qual circula o mosto em uma serpentina. Esse processo nos permitiu chegar aos 68º, no entanto, aumentar em 8º a temperatura de 150 litros de mosto cervejeiro não é pouca coisa, levamos algum tempo. Neste tempo de subida, espera-se que tenha havido uma conversão significativa do amido. Chegando aos 45º, mantivemos esta temperatura por 45 minutos até a realização da filtragem, e paralelamente da lavagem (água a 80ºC). Não conseguimos ter as panelas na altura mais adequada para realizar a lavagem utilizando a gravidade (nosso plano era só abrir as torneiras e derramar a água quente). Por isso tivemos de colocar a água erguendo as panelas.

Artesania

Filtragem


"Exagero"
Para a fervura: PANELA CHEIA! “Exagero” dizia Lívia. Mas as expressões do Lucas e do Leco não enganam... Admiração completa. Era isso mesmo que queríamos, uma panela repleta de cerveja. O aroma preenchia nossa querida garagem. Aos 95º colocamos a primeira parte do lúpulo, 172,6 gramas de Brewers Gold. Durante 45 minutos. Ao final, mais 28,35 gramas de Hallertauer por 15 minutos.

Enchendo o tanque
O processo de resfriamento não foi tão eficiente quanto esperávamos. Tínhamos menos gelo em relação à quantidade de cerveja, e a infusão da serpentina na cerveja pareceu ser menos eficiente do que circular a cerveja com a serpentina dentro de uma panela com gelo (tentaremos deste modo na próxima produção). Já passava das 20h... dia longo e trabalhoso. Mas com um fermentador cheio de cerveja!

Fermentador cheio!


Conclusão: demorou, tropeçamos um pouco, mas afinal conseguimos uma panela imensa cheia de cerveja! Era isso o que queríamos, e, melhor ainda, fazer isso nos divertindo muito. Dale!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Replicação de Fermentos

Durante um WorkShop promovido pela ACERVA (Associação dos Cervejeiros Artesanais do Rio Grande do Sul), com uma razoável quantidade de cerveja ingerida, participamos de algumas discussões sobre a produção e o uso de fermentos. Conhecemos alguns produtores de cerveja artesanal que tem se aventurado no processo de replicação de fermento. Nos pareceu interessante brincar de laboratório e cultivar alguns "bichinhos" sem precisar investir na compra de fermento a cada nova produção. Mas ainda estávamos longe de concretizar esta idéia. Com o retorno do crevejeiro Alexei do velho continente, pensamos que este seria o momento ideal para tentarmos investir na replicação. Outra vantagem é que neste momento estamos trabalhando com um fermentador cônico, o que facilita a extração do fermento para sua reutilização.




Alexei retorna a terra dos Insumos Cervejeiros!

Encomendamos, portanto, uma lista de fermentos para a replicação! Na lista: um Weiss Alemão, um halfweissen Belga (Forbidden Fruit), dois Lager (Danish Lager e Czech Pils) , um strong ale belga, um ale abbey belga e, finalmente, um Irish Ale.
Nos falta um espaço espaço adequado, mais os tubos de ensaio, o restante do "laboratório".

Com certeza mais trabalho, mas muito mais diversão!
Esperamos que dê certo...




Fermentos!